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Seja bem-vindo ao mundo bani

Até pouco tempo, as pessoas costumavam utilizar o termo “mundo VUCA” para explicar o contexto da sociedade. Essa expressão foi criada na época da guerra fria, de polarização e reinou absoluto por muito tempo. Agora, estamos em outro momento global e a realidade é outra, é a do mundo BANI. Trata-se de uma teoria mais recente, do ano de 2018,, de autoria do antropólogo, autor e futurista Jamais Cascio, , do Institute for the Future, baseada em novas observações lançadas sobre a sociedade contemporânea, que conduziu a uma nova leitura da atualidade. E a ideia ganhou robustez e seguidores.

A compreensão dessa terminologia é importante porque traduz os anseios da atualidade e traz a tona o atual período , mergulhado em sua própria fragilidade, tendo sucessivas crises de ansiedade, com características não-lineares e completamente incompreensível. É importante deixar claro que, para compreender o mundo BANI, será necessário olhar o futuro. Trata-se de uma definição que busca uma nova concepção global e da sociedade contemporânea, com pensamentos e práticas próprias do século XXI.

Mundo BANI: Conceito e definição

A sigla BANI é um acróstico em que cada letra representa o seguinte: Brittle, Anxious, Nonlinear e Incomprehensible. Em português, a tradução dessas palavras é frágil, ansioso, não-linear e incompreensível. O autor procurava uma maneira de orientar as empresas sobre o comportamento das pessoas, uma vez que o VUCA não se mostrava mais eficiente.

Vamos entender o que significa cada palavra:

  • Brittle (frágil): o que era volátil se tornou frágil, a ponto de se quebrar. Não há mais como confiar naquilo que pode terminar ou mudar a qualquer momento. Temos um exemplo bem recentemente: o surpreendente anúncio da Ford de sair do Brasil depois de mais de um século. Quem imaginaria? A hiperconexão global, das coisas e das pessoas faz com que tudo e todos se comuniquem e com que tudo e todos fiquem “a mercê” de algo que não temos controle. Basta uma “pane” em um lugar do mundo que nem as janelas automáticas das casas abrem mais.
  • Anxious (ansioso): Se o mundo ficou frágil, isso certamente nos deixa mais ansiosos. Sempre esperando o próximo acontecimento (quem tem um carro da Ford certamente se perguntou: e agora?) e com a crença de que não será algo positivo. Ficamos preocupados com o resultado negativo que cada decisão possa causar;
  • Nonlinear (não-linear): é possível perceber que, nos dias de hoje, causa e consequência muitas vezes não podem mais ser analisadas criticamente. Pequenos atos e mudanças têm resultados desproporcionais.  Cada vez as empresas precisam revisitar os seus planejamentos estratégicos e orçamento com maior frequência, pois nada segue uma “lógica”.
  • Incomprehensible (incompreensível): É o resultado de tudo isso. Causa e consequência não podem mais serem analisadas criticamente. Podem simplesmente não fazer mais sentido e serem reais, de acordo com artigo do site da FIA.

Antídotos

Para um mundo Frágil, o antidoto é Resiliência e a Inteligência Emocional!

Resiliência, segundo Seligman (2011) é “a capacidade de adaptação frente à um contexto de mudança, através da utilização de recursos positivos para enfrentar as adversidades. É a capacidade de ser bem-sucedido em face das circunstâncias desafiadoras e de superar adversidades sem ser afetado por elas de modo negativo e permanente. Em resiliência, o foco é nas potencialidades que a pessoa tem”.

Inteligência Emocional, de acordo com John Mayer, Peter Salovey e David Caruso (2004) é a capacidade de perceber acuradamente, de avaliar e de expressar emoções; a capacidade de perceber e/ou gerar sentimentos quando eles facilitam o pensamento; a capacidade de compreender a emoção e o conhecimento emocional; e a capacidade de lidar com as emoções para promover o crescimento emocional e intelectual. 

Para um mundo Ansioso, o antidoto é Presensing, Empatia e Escuta Ativa!

Presencing (Presença + Sentimento): Contato com a consciência de forma mais ampla e acessando a criatividade. Aqui está o potencial que pode levar a algo mais profundo. Percebo o outro e o campo. Inteligência coletiva ativada. A colaboração e o trabalho colaborativo aparecem. Teoria U,  Otto Scharmer, 2010

 Empatia: “Empatia alimenta a conexão, simpatia leva à desconexão” – Brené Brown

Escuta ativa: O termo Active Listening foi desenvolvido pelos psicólogos americanos Carl Rogers e Richard Farson em um artigo de 1957. É quando uma pessoa fala e a outra a ouve, interpretando e compreendendo o que está sendo dito e expressado (linguagem verbal e não verbal) e o sentimento expressado pela conversa. Emissor e receptor são ativos no processo. Há um vinculo entre as pessoas, o rapport e quem escuta não interrompe o outro com frequencia. Deixa que o pensamento seja concluído.

Para um mundo não linear o antidoto é entender o contexto.

Entender o contexto: Contexto é a relação entre o momento e a situação em que ele ocorre. É o conjunto de circunstâncias em que se produz a mensagem que se deseja emitir – lugar e tempo, emissor e receptor, etc. – e que permitem sua correta compreensão, ou seja, a visão sistêmica.

Para um mundo Incompreensível o antidoto é a ouvir a intuição e abusar da criatividade.

Intuição:  

Em “Crítica da Razão Pura (1781), Kant argumenta que nossa experiência de mundo envolve dois elementos:

  1. sensibilidade”: nossa capacidade de experimentar diretamente coisas particulares no espaço e no tempo – essa experiência direta ele chama de intuições.
  2. entendimento”: nossa capacidade de ter e usar conceitos, que é uma experiência indireta com as coisas.
  3. Criatividade: Segundo a Consultoria Inglesa PSI a&dc, Pessoas criativas são solucionadores de problemas, podem encontrar maneiras para sair de situações difíceis e identificar soluções.

Concluindo…

Acreditamos que com a consciência que, de fato, estamos no Mundo BANI e usando os antídotos propostos, pessoas e organizações conseguirão ter mais leveza no seu dia a dia e mais assertividade em suas tomadas de decisão.

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