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O que aprendi com os braços quebrados dos meus filhos

Há cinco anos, estava no trabalho – ainda como executiva de RH -, quando meu celular tocou várias vezes. Era um número desconhecido. Não atendi, pois estava em reunião do comitê executivo. Em três minutos, meu marido enviou uma mensagem, o que me fez descobrir que as ligações eram da escola,  querendo avisar que a Beatriz, minha filha de 3 anos na época, havia caído e quebrado o braço.

Medo, susto, culpa, tudo isso… tomaram conta de mim…

Há algumas semanas, estava na fazenda dos meus pais e o João, meu filho de três anos, estava passeando no seu pônei, o mansinho “ Chicabom”. Era puxado pela minha mãe e por mim, mas de repente, não sabemos como, ele caiu! Do meu lado! Na grama! Como não parava de chorar, resolvemos ir para a cidade para ver o que havia ocorrido. Novamente um braço quebrado na família!

O que aprendi?

Que “vai curar”!!

Tudo na primeira vez é mais difícil! Quando foi com a Beatriz, no momento em que chegamos em casa, eu chorei muito. Me senti culpada por não ter atendido o telefone, por ter mandado ela tão novinha para a escola, por não estar com ela. Lembro que a Beatriz chegou no meu quarto, me viu e perguntou: “mamãe, tu tá ‘cholando’ por causa do meu bracinho? Vai curar!”. Eu a abracei e não tive coragem de confirmar sua suposição Desconversei dizendo que o meu dia havia sido muito difícil no trabalho. De fato, havia sido complexo, mas não pelo meu serviço e sim por ela. Hoje, eu confirmaria e concordaria que “vai curar”.

Agora, quando o mesmo aconteceu com o João, eu já sabia tudo… “vai curar”.

E foi tudo muito mais tranquilo!

Encarar o problema e reaprender!

O maior aprendizado que tive veio das atitudes dos meus filhos. Nenhum dos dois, em momento algum, me questionaram o por que de terem quebrado os braços, ou seja, nunca se vitimizaram da situação. Foram lá, colocaram o gesso e deu! “Vai curar”!

A vidinha deles seguiu, por um tempo com o gesso, mas isso não os impediu de carregarem suas mochilas, de brincarem e correrem (com cuidado). Até aprendermos a como tomar banho de outro jeito. 😉

Reflexões

Trago essas reflexões porque, às vezes, acontecem fatos que nos impedem, nos dificultam de fazermos algo momentaneamente. Concluímos que estamos no fundo do poço: aquele contrato que não fechou, aquela demissão que veio quando não esperávamos, o voo que perdemos, a promoção que foi para outra pessoa…

Isso tudo dói. Só que enquanto estamos nos queixando da dor, deixamos de ter a atitude que nos leva a diante. Não falo aqui de dores da alma, falo das perdas da vida cotidiana. De cair, se quebrar (literalmente), levantar, resolver e seguir a diante com o aprendizado.

O João ainda está com o gesso. Quando vejo ele correndo com o bracinho engessado e a sua tala, me lembro do conselho da Beatriz que já está com oito anos: “Vai curar!”.

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