08 dez Quando a raiva é necessária
A raiva é uma emoção “rejeitada”. Contudo, o que pouca gente sabe é que pode ser muito útil. Sério, quando? Vou te responder essa pergunta no decorrer do texto, para que você possa aprender a utilizá-la a seu favor. Vamos conversar sobre a definição de raiva segundo a Psicologia e teoria da Inteligência Emocional, como a identificar quando a raiva é um problema, como lidar melhor com ela e a sua importância para o ser humano.
Sumário
A raiva de acordo com a Psicologia e a Inteligência Emocional
Você já passou por momentos nos quais sentiu que seus desejos e ações foram frustrados? Saiba que aquela emoção intensa gerada por essas situações é denominada como raiva. Segundo a psicologia, trata-se de sentimento natural atrelado a dificuldade de lidar com frustrações, injustiças e contrariedades. Essa emoção pode ser despertada quando alguém ou algo nos “machuca” fisicamente ou emocionalmente. Ela nos pede a destruição da pessoa ou do objeto que nos fez mal, de acordo com o autor neurocientista português Antonio Damásio.
Destruição? Sim. Lembra de uma criança quando alguém diz que ela não pode ver o celular e ela grita e tenta nos agredir? Isso é Raiva. Nós adultos também e muitas vezes explodimos quando não a reconhecemos no seu início. Por isso, essa emoção, muitas vezes, é malvista pela sociedade. Um indivíduo com raiva pode acabar falando ou fazendo coisas inadequadas, causando uma situação desconfortável e constrangedora para as pessoas à sua volta.
Por esse motivo, é de grande importância saber reconhecê-la e lidar de forma saudável. Negligencia-la só irá aumentar os danos, fazendo com que as crises se tornem cada vez mais frequentes. Lembra que não controlamos as emoções. Elas são fruto das nossas reações fisiológicas. Controlamos somente o nosso pensamento e o nosso comportamento.
A importância da raiva para o ser humano
A raiva pode aparecer quando a pessoa é exposta a algo indesejado, além de ajudar a reconhecer situações de injustiça. Imagina se não existisse uma emoção capaz de nos despertar essa sensação? Como reagiríamos ao descobrir que o salário não condiz com a nossa função ou identificar quando alguém nos trata mal? Por essa razão, a raiva é de extrema importância. Ela ajuda a criar um senso crítico, quando utilizado da maneira correta! Mesmo não tendo como controlar as emoções, existem algumas técnicas que ensinam a lidar com elas, para evitar as explosões indesejadas.
Cuidar adequadamente da sua raiva ajuda a não a reprimi-la. Uma raiva abafada pode gerar doenças psicossomáticas como crises de estresse, insônia, ansiedade, depressão e até mesmo aquele morro no sofá quando batemos o nosso minguinho do pé.
Quando a raiva é necessária?
Em muitas situações. Olha só:
– Quando você conclui seus trabalhos e precisa refazê-los com uma certa frequência por culpa de outra pessoa: neste caso, a raiva leva a um debate em que decisões precisam ser tomadas para que tal situação não volte a acontecer. Sem ela, que pede a uma reclamação, provavelmente essa situação demoraria muito ou jamais seria resolvida.
– Quando existe uma injustiça no seu local de trabalho: imagina que você e o seu colega realizam exatamente a mesma função dentro da empresa, mas ele recebe um salário bem maior que o seu. O sentimento de raiva fará você exigir igualdade no pagamento. Caso não encontre essa equiparação na mesma empresa, provavelmente será impulsionado a buscar em outro lugar, melhorando a sua renda.
– Quando é traído pelo seu parceiro: a raiva da traição, na maioria das vezes, impulsiona o indivíduo a deixar um relacionamento onde a confiança deixou de fazer parte. Sem ela, esse episódio seria relevado, podendo se tornar um ciclo vicioso, desgastando a saúde mental da pessoa.
Como podemos ver, apesar da raiva ser comumente subjugada, ela é extremamente útil em nossas vidas. Ela nos leva a tomarmos atitudes necessárias. E quando temos consciência da sua presença, as decisões e comportamentos são mais coerentes com o resultado que queremos gerar. Deixamos se ser reféns do processo para sermos protagonistas.
Quando a raiva é um problema?
A raiva se torna um problema quando a pessoa não consegue modular o seu comportamento e age por impulso, não tendo consciência das suas atitudes. Provavelmente, você já escutou alguém relatar que, durante um determinado episódio, não conseguia pensar em nada, simplesmente partiu para a agressão. Sempre digo que nesse momento estamos realmente dopados por nossos hormônios e neurotransmissores liberados por nosso organismo que geram as emoções. Essas explosões acontecem quando não sabemos identificar nossas emoções. Podem gerar crises… e ninguém gosta de conviver com pessoas “esquentadas”, para as quais qualquer motivo é desculpa para desentendimentos.
Técnicas para lidar melhor com a sua Raiva
– Respire! Sim, respire de forma consciente. A respiração é nossa aliada em momentos tensos e nos ajuda a acalmar os nervos e até a ter mais foco na situação;
Identifique o porquê de tanta raiva naquele momento. Qual foi o “gatilho”?
– Vá para casa, tome um banho e durma. Somente no outro dia, e com a cabeça mais “fria”, busque conversar com a outra parte envolvida (quase sempre, há uma outra parte) e explicar que aquela situação te deixou com raiva e que gostaria de resolvê-la;
– Caso seja uma situação que não dê para evitar, distraia a sua mente com pensamentos diferentes. Conte os seus dedos da mão mentalmente ou faça na sua mente uma lista de lugares que gostaria de conhecer.
– Se nada disso ajudar, talvez esteja na hora de procurar ajuda profissional para lidar com a raiz do problema;
Aprenda a utilizar a raiva a seu favor
E se dissermos que a raiva é uma grande motivadora? Ela nos tira de situações que não gostamos e nos incentiva a procurar algo melhor. Para isso, precisa ser utilizada da forma certa. É necessário saber identificá-la para que possa se tornar uma ferramenta poderosa. Assim, ficará mais fácil direcioná-la para os seus objetivos.
Como assim direcioná-la?
É natural guardar rancor de uma situação após um momento de raiva. Por ser uma das emoções com maior energia vivida pelo ser humano, um episódio de raiva costuma ser mais facilmente lembrado do que uma memória feliz. Direcione essa emoção para uma experiência de aprendizado. Quando olhar para trás, ao invés de guardar “aquele gostinho amargo”, você se lembrará da lição aprendida, pois ela foi necessária para você definir seus limites, criando um senso do que é aceitável ou não em sua vida.
Dessa forma, além de não se estressar tanto, também terá mais respeito pela pessoa que você se tornou. E se você quiser aprofundar-se mais em Inteligência Emocional, já estamos com as inscrições abertas para a 9ª turma da Formação Avançada em Inteligência Emocional que começará em março de 2023, em formato on line e com todo o material entregue na sua casa.
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